terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Tutz



Tutz tutz tutz... a boate está cheia, casa lotada, não cabe mais ninguém.
Entre menininhos que fumam no final de semana e menininhas maquiadas com escova no cabelo, tudo pode acontecer.
Paga-se, identidade a mostra, entra-se( nessa ordem).
Tutz tutz tutz... as pessoas nem tentam conversar, é ato vão. O som é tão alto, tão alto que mesmo que alguém berre com todo o ar dos seus pulmões, mesmo assim, ninguém ouvirá.
As luzes piscam, dançam, ocilam com a música, cores, várias.
Tutz tutz tutz... lá estão os dois.
Ela, já meio tonta da marguerita que fez careta nas duas vezes que bebeu, tenta dançar com as luzes, o som e as amigas. Levanta os braços para alçar vôo, mas não voa. Até que olha para o lado... sem querer, está mesmo mais preocupada com a tontura e a leveza nos pés... Lá está ele.
Ele, cansado de tanto cigarro, de saco cheio da música, detesta som alto e bebida cara, foi à festa porque um amigo insistira. Não consegue nem conversar. Melhor mesmo seria um bar para jogar conversa fora e torrar o dinheiro dessa entrada com cerveja. Ele: óculos, cabelo cacheado, barba por fazer e mau humor. Foi reclamar com o amigo, olhou pro lado... lá estava ela já desviando o olhar.
Tutz tutz tutz... agora começa: olha daqui, olha de lá. Ela abaixa os olhos e volta a olhar, faz bico, fala no ouvido da amiga, ri meio desconcertada, levanta os braços. Ele olha firme, sai um pouco para pegar mais uma cerveja, faz um charme. Volta, olha, arrisca um passo naquela música infernal.
-Que bar que nada! Aqui é o lugar!
Gostou da menina visivelmente alterada e de dança anacrônica. Pausa para a descrição de anacrônico: " Que contém elementos estranhos ao contexto temporal no qual está inserido". Que dança era aquela? Mas ela era charmosa, a menina sabia sorrir.
Tutz tutz tutz... Ela não sabe se dança, se olha, se chega mais perto ou se vai ao banheiro. Fica, sai! Sai rápido! Está tão enjoada de tanto girar que tem medo de desprezar, para usar uma palavra mais suave, as margueritas. Volta, olha novamente, sente um frio na barriga, não sabe ao certo se pela bebida ou se pelo olhar. Irrita-se com a lentidão do rapaz. Vira de costas, desiste, insiste. Controla os hormônios. Decide que sim, muda de idéia.
-Ele nem me viu, pensa.
Tutz, tutz, tutz... Ele aprecia a garota. Olha firme, conversa com o amigo, passou uma loira, olhou também, decidiu que sim.
-A cerveja tá quente, pensa.
E assim a noite vai. Mais Margueritas, mais cervejas quentes, dança pra lá cabeça pra cá. Ficou tarde, a boate quase vazia. Cada qual paga sua conta.
Ela nem voou e ele nem falou de futebol.
Nem todas as noites são iguais.
" Queriam o que?"

Resumão:
Ela saiu para curtir a night, ficou bebada e investiu seu charme na conquista de um zé ruela. resultado final da partida 0 x 0.

Resposta ao resumão:

Só venho acrescentar que não é um texto auto-biográfico! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Beijos. Maria.



antes tarde do que nunca.

por Adonay.

Um comentário:

Milena Matias disse...

Ahahhaha...Não são iguais mesmo...Que bom!Ou não...Quem saberá?Um beijo