sábado, 22 de agosto de 2009

"Só eu só no meu pavio"


Pesquisa mostrou Salvador despontando como a capital dos solteiros. Não é nova a pesquisa, tão pouco a desconhecia. O caso é que decidiu-se filosofar a respeito a pedido de um amigo.

Mas como? Por que?

Salvador é o centro do mundo? Lá todos trabalham extensivamente e não se permite comulgar a vida com outrem? A noite de Salvador é imperdível e não sobra espaço para se cogitar sair das férias eternas? Não há jovens na cidade e são todos de meia idade viúvos? Os trios carnavalescos circulantes durante todo ano dividem a rua em esquerda: meninas, à direita: meninos... nunca se encontram?

Que nada! Nada disso é verídico!

Vejamos, São Paulo tem um potencial de divertimento infinitas vezes maior do que o de Salvador. A vida é corrida, tempo é dinheiro, bla bla bla. Ummmmmm... lá não é a capital da solteirice!
Minas possui as pessoas mais belas do Brasil, teoricamente, teoricamente. E lá também não é a capital?
Rio de Janeiro, com o ideal de corpos perfeitos, ardentes na praia, glamour, Cristo Redentor de braços abertos sempre. Não, não é lá. Mesmo com a benção do Senhor.
Nem é Manaus, onde parece ser bem mais difícil encontrar-se pessoas? Não, não.

A solidão está em Salvador. A busca e fuga e busca e fuga e busca... em Salvador. E compartilho das eternas queixas entre amigas e amigos. Todos se queixam. Mas no carnaval, ou em sua proximidade é comum ouvir:
- Tem fulano, tá ligando... mas vem o carnaval aí... sabe como é né?
- Não, não sei.

Nem tudo fica subentendido. Por acaso é carnaval por todo ano? Qual a graça tamanha do carnaval? A música é tão boa assim? O mundo se acaba depois do carnaval? E mesmo que acabasse, por que não dar uma chance a fulano, cicrana, beltranos já que o mundo vai acabar? Definitivamente não sei como é. Inconsciente coletivo... inconsciente não pode, nem deve, JAMAIS ordenar o consciente. Os sentidos, sim, o fazem, incluindo o sexto. Mas o insconsciente coletivo leva diretamente a uma burricigenação deselegante e pouco cortêz.
Seguindo a regra do inconsciente: Solteiros se divertem, Comprometidos engordam em casa com filminho de locadora, como sugerido pelo blog em questão.

Se há um inconsciente coletivo dignificando os comprometidos à eterna clausura, há uma total coerência em correr do comprometimento. Aí sim baby, não há quem queira. Quem sabe os anciões a desejem por terem as forças fadigadas após tanta diversão descompromissada.

Mas peraê! Nunca foi assim!!! Não há porque sê-lo. Nem faz muito sentido

Não se acorrenta ninguém hoje em dia, não se casa e assim permanece eternamente, não se chama bobagem apaixonar-se, não há porque angustiar-se. Sejamos felizes e é só. Apenas isso. A vida é curta, curtíssima. Simbora moçada.

Beijos.

Maria.

Excesso exceto

Lenine/ Arnaldo antunes

O que se abre aberto
Se aproxima perto
Pra esvaziar o já deserto

Desorienta o incerto
Ruma sem trajeto
Nunca existiu mas eu deleto

Querer sem objeto
Voz sem alfabeto
Enchendo um corpo já repleto

O excesso, o exceto
O etcétera e todo resto
Do chão ao céu, da boca ao reto

Eu só eu
No meu vazio
Se não morreu
Nem existiu

Só eu só
No meu pavio
Futuro pó
Que me pariu


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

" Não se vá "


Semana passada, uma transeunte me deu um livro. Um livreto na verdade. Um livro religioso ou algo, provavelmente religioso. Na capa vinha escrito "Quando perdemos alguém que amamos".
Não me detive em o ler. Até levantei a hipótese, mas não o fiz. Juntou-se às dezenas de papeis recebido diariamente e às centenas de cogitações em conhecer mais e mais. Entretanto o título ficou. E a promessa de escrever a respeito também. Cumprindo então, deixo-o aqui:
"Quando perdemos alguém que amamos"
A vida é isso mesmo, um vai e vem de pessoas, frases, amores, amigos, irmãos, animais de estimação e de você consigo mesmo.
Parte-se por ir trabalhar em outro Estado, parte-se por terminar um namoro, parte-se por uma briguinha besta, parte-se porque perdeu o número do celular, parte-se por medo, parte-se por coragem, parte-se pela morte. Uma hora ou outra, alguém que se ama, ou mesmo você, vai. E fica uma saudade. Uma coisa boa ou um ranço pequeno. Mas a saudade fica, sempre.
Quando alguém que se ama te deixa, com o passar, some um pouco a lembrança constitucional e dá-se início ao resgate memorável.
- Como ele era mesmo?
Junta-se os pedaços...
- ah, é mesmo, ele tinha uma barba mal feita branca
- Lembra a careta que fazia quando dançávamos macarena?
- Os olhos verdes... um sorriso largo...
- E que não gostava de sushi! Lembra??? Dizia que não comia nada semi-vivo!
- Pois é, ele faz falta
- Sim, faz.
Suspira-se.
E lá vem o pesar, o choramingar uma partida que não pôde ser adiada, um adeus, um "só Deus".
Mas quando alguém vai, só se pode lamentar. Só. Aguardar um luto. Todo esse sofrer do amor que se foi, passará. Se não passar, ameniza-se. Como o tempo é o senhor da razão, senta, espera, isso vai passar.
Para os que perderam recentemente.
Um beijo.
Maria.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cats

Gatos, gatitos, gatimanhosos, gatinhrumrumrum...
Nem precisa me conhecer muito pra saber da verdadeira paixão que tenho pelos felinos. Uma preguiça sem fim, dormem o dia todo e à noite estão de saco cheio pra poder brincar necessitando dormir mais um tantinho.
Um eterno olhar de reprovação para você ser humano ignóbil. Uma fome exagerada pela ração com o gatinho cinza na capa e sabor " delícias da fazenda". Na minha casa, a pequenina Botinhas adora também comer mamão! E tem que ser Hawaí. É mesmo uma artista a pequena.
Em homenagem aos sapientes dominadores do meu mundo, posto imagens traduzidas em palavras made in capinaremos.
Beijos a todos.
Maria.






terça-feira, 4 de agosto de 2009

"Pelo inferno e céu de todo dia"

Essa vida tá que tá...Em se tratando de novela, a globo perde feio. Mas o roteirista vem acertando algumas coisas e amenizando meu lado. Ou eu que ando enxergando mais as coisas cor-de-rosa? Bem, bem.
O que se passa é que mulheres fofocam, e muito. A fofoca vem desgovernada. Fofocar não imperativiza " falar mal", apenas falar. Falar por falar, soltar idéias ao vento e ver se alguma serve para alguém que as ouça. Conselhos não se dão, opniões sim. Depois de certa idade, conselhos parecem bobagices. Opniões pontuais: "olha só, será?, mas, veja bem, então, pera lá, reveja reveja...", estas sim são bem vindas. Boas intenções, sempre, quando se trata de amigas. Boas piadas, imperdíveis e todas perdoáveis. Mas sem ofensas.
Domingo, domingo é sempre dia de boas falações. Aos que têm futebol às quartas, organizem-se, domingo é o dia! Atualiza a semana pra cá, recorda final de semana pra lá, indigna-se e vai assistir um bom filme no cinema. Quando não rola o cinema, comprinhas. Tudo desculpa para as benditas fofocas e boas risadas. Muito boas.
Numa dessas comprinhas:
- Ah cansei de Astrogildo!
- Mas por que?
- Ele não liga, atende quando quer, sai pra jogar futebol e nem avisa. Eu falo e ele nem ouve.
- É. Mas não seria bom vocês conversarem?
- Se ele não ouve? O que há para conversar?
- Meninaaaaaaa, olha só que blusa linda!
- É mesmo! Moça, quanto custa? Ah, vou provar.
- Pois é, mas veja aí o que você quer de Astrogildo amiga.
- Verei. A blusa ficou boa mesmo!!! Sim, mas e você com Godard?
- Tudo ótimo.
- Mas que bom!!! Fico feliz. Ele parece mesmo um cara legal.
- Ele é sim. Gosto dele. Me dá calma.
- Eu gosto da agitação, da confusão, da megalomania, agonia...
- Argth! Toma um prozac pra aliviar!
- Você pediu um amor tranquilo amiga, eu não.
- Ambas temos o que desejávamos.
- Moça, vou levar a blusa. Vermelha por favor.
- Uma pra mim, branca.
- Vamos tomar um vinho?
- Claro. Chamemos as outras.
Em meia hora, começa novamente a falação, dessa vez em cinco.
Oh delícia.
Duvido que o futebol seja mais prazeiroso.

"Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia

E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive


Transformar o tédio em melodia
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia"


As love without esteem is capricious and volatile; esteem without love is languid and cold.
Jonathan Swift (1667-1745)
Resumão:
hehehehe, o legal é tentar descobrir quem é quem, hehehehe =P...
Adonay