quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Pequena... pequena????


Assisti novamente "Pequena Miss Sunshine". Passou na TV aberta. O caso é que vi no filme coisas das quais ainda não havia me dado conta...
Bem o espírito dessa época do ano: empurrando a van amarela a família segregadíssima segue junta e prol de um sonho no qual absolutamente ninguém acretida. Mas deu tão certo! Tudo dá certinho, tudo se encaixa com o humor necessário.
Que filme bárbaro!
Sigamos empurando a van cheia de idéias, novidades, diferenças, emperrando vez em quando, fluindo em outras ocasiões, e sendo bem atrevidos como a pequena miss mostrou ser.
Ótimo 2010.
Que tenha mais Som que Fúria e que não seja um idiota contando.
Rá!
Em Macbeth, William Shakespeare definiu a vida como "uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, significando nada".

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Entrando no clima...

Momento ownnnnnnnnnnnn
Torcendo pela idéia, só isso:

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

"Um bichinho bonito verdinho..."

Filosofia para uma sexta-feira:
Espirogiro é Spirogyra
É Spirogyra
É um bichinho bonito e verdinho que dá na água
É um bichinho bonito e verdinho que dá na águaClareia Santa Clara

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

"A gente quer saída para qualquer parte"

Estão todos reunidos para falar sobre o que fazer com o aquecimento global. Como poluir menos, o que fazer com as mudanças climáticas, etc etc.
Todo mundo lá em Copenhagen.
Pouquíssimo tempo antes, surgem boicotes disfarçados:
"O clima não está tão ruim quanto parace. Está inclusive melhorando!"
É mesmo? Não é o que dizem os termômetros do mundo.
"A culpa não é das grandes indústrias. Isso é uma verdade coveniente! "
É mesmo? Coveniente parece ser dizer algo assim.
"O aquecimento global( se é que há algum) é um fenômeno natural. Outros planetas já passaram por isso: Plutão, Marte..."
Mas Plutão não deixou de ser planeta em 2006?
E surgem mil teorias contrárias, bodes expiatórios diversos, Universidades renomadas, doutores em clima...
Lá se vai Copenhagen, lá se vai Kyoto e seus protocolos. Em 2012 expirará Kyoto... coincide com o fim do mundo que Hollywood anda a anunciar depois que comprou a patente dos Maias?
Bláh!
Comprem seus protetores solares, bonés, terços para reza, guarda-sol e contruam seus barquinhos! A China e os EUA já estão decidindo por todos.
Desejo sorte.
Foram para Copenhagen tirar férias os governantes?
Oh Deus!!!

sábado, 12 de dezembro de 2009

"the answer my friend is blowing in the wind"

Aniversário!
Bom mesmo.
Pareço exatamente a mistura de todas as idades que somo.
Choramingo feito criança de um ano, tenho a serenidade de 32 anos, a ansiedade da adolescente de 17 anos, a fúria dos 22, a curiosidade dos 3 anos, a longevidade das primeiras 24 horas... a aparência que menos importa nesse mundo imenso!
Engatinhando pela vida, assumo todas as possibilidades para poder ser feliz.
Olhar pra frente e dizer: quero viver isso ainda!
Olhar pra trás e dizer: fui eu quem fiz!
Presentinho que recebi e transfiro:



Beijos a todos.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

"Quando mentir for preciso, poder falar a verdade"


Final de semana e, mais uma vez, acabou a comida dos gatinhos. Resultado: "se mande para o supermercado patroa e compre a comidinha no nosso sabor predileto além de areinha higiênica que também acabará logo em breve".

Cumprindo ordens felinas, lá me vou.

Escolhe, escolhe, segue-se ao caixa de pequenas compras( teoricamente deveria ser rápido... teoricamente) e a saga se inicia. O caixa de compras rápidas serve pra tudo, exceto para compras rápidas. Serve para pagamento de boletos bancários, para compras do mês, para reclamações com o gerente, para contar moedas de um centavo na hora de pagar a conta de 37 reais e para tomar seu tempo e paciência. Enfureço só de ver umas comprinhas com mais de 20 itens na fila de caixa pequenas compras. Parei de contar os itens nos carrinhos alheios para evitar as rugas desnecessárias e prejuízo com botox no decorrer dos próximos 15 anos.

De conhecimento da LENTIDÃO do caixa rápido, os supermercados dispõe mercadorias em tooooooooooda longa fila em Z com algumas óbvias finalidades: que se passe o tempo de modo mais proveitoso e, essa mais forte, se consuma mais. Dentre as mercadorias, cito: chocolate, chocolate, revista de viagens, chocolate, revista Veja, papai Noel de chocolate, revista de fofocas, chocolate e... a surpreendente capacidade de prever novelas das 'revistas tico-tico no fubá', além de , claro, mais chocolate. Revistas tico-tico falam sobre como perder 10 Kg( DEZ! dê, é, zê! DEZ quilos) em um mês sem sofrer( SEM SOFRER! ésse, é, eme! SEM!), atualizam sobre quem está solteiro e quem casou no mundo televisivo, antecipam os capítulos das novelas, antecipam os capítulos das novelas e antecipam os capítulos das novelas. Já na capa de “Siricotico na saia” lê-se: Fulaninha voltará a andar após doação de células troncos do filho de Helena. Tá, da novela das oito só sei mesmo o nome de Helena e, por mim, todos os personagens chamariam Helena. Seriam: Helena Maia, Helena Morais, Helena Sanches, Helena da Silva, Helena empregada, Helena pai do tio, Helena Maradona, Helena Gêmeo bom, Helena Gêmeo mau, Helena Leblon... e assim seguiriam os capítulos. Mais fácil.

O fato é que fiquei sem palavras com essa “manchete”. Como assim? Como? Por que? Caramba, preciso me pronunciar! Não assisto a novela porque me cansa infinitamente pensar em nomes e arrumar motivos pra tudo. Os diálogos são falíveis e a lógica é totalmente ilógica. O que deveras impressiona é que, mesmo sem acompanhar a novela, sei que Helena Morais teve um acidente, ficou paraplégica e culpou Helena Araújo por isso. O detalhe é que NÃO FAZ O MENOR SENTIDO Helena Araújo ser culpada. Foi acaso do acaso e a coitada não colocou o pé propositalmente para a outra cair e quebrar o pescoço. O que sei é que foi um acidente de ônibus e tals. Helena Araújo até bofete já levou por conta do destino da Morais. Destino agora tem culpado!

Sei de tudo isso vendo a TV sem me ater a absolutamente nada. Difícil? Naaaaaaaaaada. Facílimo. Se a pessoa assistir o jornal da noite, obrigatoriamente saberá da novela, passa tudo no intervalo. Aff.

Repetindo: Destino agora tem culpado????? Foi o que o autor decidiu.

Maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaas, sapientemente, o autor- Manoel Helena Carlos- achou que destino também tem desculpado e arrumou um pivete, gerado pela culpada do destino alheio, para desculpá-la. Confuso? Pra mim também. Mas, vem cá, perdão precisa de um motivo maior? É isso agora? Para tetraplegia: doe células tronco e tudo fica “na boa”. Pelo que me lembro, perdão é algo que se dá sem motivo aparente. Perdoa-se quando se sente pronto para tal. Perdoa-se por perdoar. Perdoa-se por ser humano e nobre. Perdão não é amigo-secreto. Não se vende, não se compra, não se acha na esquina, não se troca numa pizzaria... Perdão se pede e se dá. De graça! Sem motivo maior ou gigantesco, como é o caso.

Mas se decidirmos mudar o parâmetros, avisem-me antes. Por favor, avisem. Hollywood está perdendo feio para terras tupiniquins e o México que cuide de suas 'noveliscas'.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

"Alzira ô, Alzira ô"


Mariela é médica. Não se considera mátir, apenas médica. Ajuda quando querem e pode fazê-lo. O dia a dia é cansativo porque os problemas são cansativos. Mas, assim como diversos tantos colegas de profissão, foi treinada por seis anos antes de entrar no covil dos leões.
O fato é que Mariela atende cerca de 30- 40 pessoas por dia. Às 16:40h de um quinta-feira surge o caso em questão:
-Boa tarde.
-Boa.
-Como vai dona Alzira?
-Vou bem doutora
-E o que traz a senhora pra mim?
-Sabe o que é doutora... eu fiquei viúva tem pouco tempo...
-Sim
-Pois, foi muito tempo de casada. Meu marido não era fácil sabe...
-Sei... mas eu sou endocrinologista
-Sim, eu sei. Vou chegar lá.
-Certo. Fique à vontade dona Alzira. À vontade dona Alzira.
-Então. Tenho 61 anos, não sou nenhuma menina, sei disso, mas quero ver se posso ser feliz ainda.
-A senhora não é feliz dona Alzira?
-Agora sou. Não fui não. Mas agora sou.
-Então o problema já foi resolvido... a senhora É feliz.
-Não, não. Tem quase nada resolvido não. Eu quero mais!!!
-Pensando melhor dona Alzira, concordo! Não há limites para a felicidade. Conte-me seu plano.
-Olha só doutora, o que a senhora acha do meu peso? Estou me achando um pouco acima. Queria fazer uns retoques no "visú"
-Visú!!!! ... sei sei
-Quero que a senhora me ajude a ficar mais bonita. Quero perder peso. Tecnicamente, quantos quilos a senhora acredita que eu deva perder?
-Dever, não deve nada. Mas se a senhora, por exemplo, fizesse atividade física, fortaleceria o corpo e a alma.
-Quero saber de alma não doutora. Alma é para os jovens e os mortos. Alma deixe pro finado Izaias. Que Deus o tenha e o mantenha bem longe de mim. Quero saber é do "corpitcho".
Mariela cogitou que tipo coisas dona Alzira vinha lendo, ou assistindo, ou contactando para poder usar palavras tão inapropriadas para sua idade cronológica. Mas simpatizou muito com a idéia de que uma mudança já no palavreado revela mais do que a necessidade de uma mudança corpórea.
-Mas o exercício físico poderia fortalecer sua musculatura, ajudá-la a perder peso, conhecer umas pessoas... paquerar um pouquinho... um um
-É... Mas pare de enrolar doutora. Quantos quilos eu deveria perder?
-Dona Alzira, a senhora não recisa perder absolutamente nada. Com um charme desses, essa cor de pele, os cabelos com ótima textura, os olhos de quem quer viver. A senhora precisa é retocar o cabelo com uma cor que lhe caia bem, vestir umas roupas mais adequadas para seu estilo inovado. Vá à praia para repor vitamina D e retardar envelhecimento, à nutricionista para receber uma boa educação alimentar, procure uma atividade física que lhe satisfaça, vá ao cinema, passeie na rua, tenha um animal de estimação...
-Mas aí doutora, não muda o corpitcho.
-É, não muda muito não. Façamos o seguinte: vou pedir uns exames pra senhora, encaminha-la à nutrição, uma nutricionista bem alto-astral né...
-Isso.
-Quando a senhora retornar com os exames, conversaremos novamente. A pressa não anda de mãos dadas com a perfeição. A senhora sabe isso melhor do que eu. O que acha?
-OK.
Em um mês retornou dona Alzira. Cabelos escurecidos, baton "rosa tom da moda", um broze de dar inveja e um quilo a menos no "corpitcho".
-Dona Alziiiiiiiiiiiiiiiiiiira. Por que demorou para retornar?
-Ah doutora, fiz tudo que a senhora me mandou fazer. Estou malhando agora... sabe, "fazendo física"?
-Sim, claro. Sei sim. Sei exatamente o que é "malhar".
-Fui 'no cabelereiro, no esteticista, malho o dia inteiro, pinta de artista' igual àquela música de Seu Jorge. Sabe quem é doutora?
-Sim... sei Alzira.
-Aprendi a comer melhor com a nutricionista que a senhora me indicou. Dei umas dicas pra ela também
-Ótimo! Acho mesmo que ela estava precisando de umas dicas da senhora. Sei bem do que está falando.
-Fiz uns adornos no corpo também.
-Que tipos de "adornos"?
-Nada demais. Tipo maquiagem.
-Então, está tudo bem com seus exames. Venha me ver quando desejar Alzira. Não suma, por favor. Preciso de umas dicas também.
-Pó deixá doutora. Beijo. Boas festas de final de ano.
-Obrigada Alzira
Eis que a criatura supera o criador. Lá se foi Alzira, com uma blusa transparente nas costas onde se podia enxergar a penumbra de uma tatuagem ocupando o dorso por completo. Algo como um dragão com tons avermelhados e olhos vorazes como só a alma de seu Izaias foi incapaz de perceber.
Adorno? Adorno??? E Mariela achando indiscreto o singelo piercing que traz na orelha!
Dá-le dona Alzira!