Recebo flores há um ano. São lindas. Cor de rosas, com o talo às vezes, outras apenas a flor, folhas sempre. Elas estão lá pela manhã. Diariamente.
Recebo-as de setembro à maio. Junho, mês dos namorados, elas não me são dadas. Nessa época, só recebo folhas, secas, leves, cinzas. Mas continuo apreciando a beleza de recebê-las.
Desde que mudei de apartamento, meu carro fica em uma vaga livre de coberturas artificiais. Embaixo de uma linda árvore, flores de setembro à maio, folhas de junho à agosto. São mais flores que folhas ao ano. E agradeço. Aceito as folhas meio sem graça e fazemos as pazes em setembro mais uma vez.
É sim uma farra.
Lavo o carro toda semana e ouço a questão: "a senhora mora em uma floresta?"
A resposta é sincera: "Não, não. Sou cortejada por uma árvore de modo impiedoso."
Hoje é dia dos namorados. Mas o menino não sente ciúmes da árvore. Pela manhã, olha pra mim, ri de canto de boca e profere: "Fui eu quem mandou colocá-las lá. As flores. A árvore sozinha não faria isso."
Eu namoro uma árvore, um menino flor, a mim e a vida.
Feliz dia dos namorados a todos intransitivamente.
terça-feira, 12 de junho de 2012
sexta-feira, 1 de junho de 2012
"Indignação indigna"
Ando tão indignada, tão indignada que estou quase a fugir do país.
A minha infinita indignação acalantou-se ao descobrir que colocando no google a palavra CACHOEIRA ainda aparece a natureza para dar o ar da graça.
Lembrando que a vida ainda pode ser boa.
Vamos lá!
A minha infinita indignação acalantou-se ao descobrir que colocando no google a palavra CACHOEIRA ainda aparece a natureza para dar o ar da graça.
Lembrando que a vida ainda pode ser boa.
Vamos lá!
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