-Dia
-E aí Lully, vamos encarar essa praia no sábado? Cedinho. Te pego em casa e aí...
-Tudo como dantes no farol de Abrantes
-Hã? De que você tá falando Lully? Que Abrantes Lully? Tá maluco é?
-O curupita tá que nem petica
-Hã? De quem?
-Sabia que Aladim não fazia parte dos quarenta ladrões?
-Claro que não brother. Quem fazia parte dos ladrões era...
-Minas do rei Salomão???
-Não! Que confusão é essa? Olha só, você bebeu muito nesse final de semana foi?
-Qui
-Tá tomando algum remédio aí?
-Quero mandar um salve... um salve pra Adonay que anda reclamando dos textos em voga, um salve pro feriado que choveu até alagar a cidade e eu estava na praia, um salve pro Zina do Pânico na TV, um salve pra Obama que ganhou o Nobel da Paz, um salve pra Lars Von Trier que me tirou o sono essa semana com o novo filme, um salve...
-...
-Já vai? ahhhhhhh... "Ai que preguiça".
Lully era assim, se não estava a fim de falar, não falava ou: criava logo seu diálogo inconclusivo. Havia também os diálogos inconclusivos por querer falar demais. Começava a contar uma história, já emendava em outro causo, no meio de toda explicação, já não sabia mais do que se tratava e levava assim mesmo até pegar novamente o "fio da meada" ou se encontrar em outra meada qualquer.
No caso em questão, era preguiça mesmo, ultimamente andava numa preguiça imensa. Preguiça de discutir, de sair, de ficar em casa, de dormir, de levantar pela manhã... O típico Macunaíma: " ai que preguiça". Esperava um dia virar rei também. Quem sabe. Um rei da Semana de Arte Moderna! De sonhar não possuia preguiça.
Em prol da humanidade, falava. Em prol de si mesmo, divagava.
Mário de Andrade que se cuide. Sem pontos, vírgulas ou coerência, Lullisky está solto no mundo.
E assim caminha a humanidade...
Beijos.
2 comentários:
Seu alterego tem um nome muito sugestivo! rs
ahahhaha...Adoreiiii!!
Ai que preguiçaaaaaa...ahahah
Beijo!
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